terça-feira, 28 de dezembro de 2010

-Lembranças de uma viagem.



Praia de Dois Rios tirada em 1978 pelo blogueiro aqui. Aparecem na praia , praticamente deserta, a minha filha Cláudia então com 6 anos e minha esposa Liti. A edificação ao fundo à direita era o antigo quartel da Polícia Militar


Foto do acervo de Antonio Pereira de Souza Neto
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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Dirigíveis em Dois Rios-Ilha Grande

Foto tirada do morro da antiga igreja da Colônia de Dois rios

Foto tirada da caixa d'agua que abastecia a Colônia Dois Rios
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Essas fotos foram produzidas por Cyro Manhães, com a sua famosa máquina fotográfica alemã LAIKA. A data  é de 1942 

 Na primeira foto, tirada do morro da antiga igreja,  aparece o presídio novo, inaugurado em 1942, cuja construção começou em 1937.
Na segunda foto, tirada da caixa d'agua que abastecia a Vila, aparece uma panorâmica da Vila de Dois Rios e ao fundo em baixo do Dirigível um trecho da Praia de Lopes Mendes
Na época era comum o sobrevoo desses dirigíveis, com a finalidade de patrulhar a costa brasileira, posto que estávamos em plena II Guerra Mundial (1939-1945). 

Fotos do acervo de José Carlos Soares Marcílio, filho de Laert Marcílio antigo funcionário do Presídio.

Para a composição do texto recebi ajuda do meu amigo, Oli Demutti Moura, o Polaco. Aliás, nós fomos testemunhas, lá pelos idos de 1944,  da passagem desses dirigíveis cruzando, no horizonte, toda a extensão da praia de Dois Rios





domingo, 26 de dezembro de 2010

A antiga padaria do presídio transformada no museu do cárcere


Antiga padaria transformada no Ecomuseu
A antiga padaria do presídio foi reformada e transformada em Museu do Cárcere por iniciativa do Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (CEADS) através da iniciativa da professora Míriam Sepúlveda e das museólogas Viviane Wermelinger e Gabriela Faria. 
. O museu que foi inaugurado em
 05/06/2009 conta com a exposição permanente do antigo forno à lenha, que era utilizado para fazer pães  para os presos e para moradores de Dois Rios, fornecidos gratuitamente e na quantidade  de acordo com o números de filhos.
Nas fotos, o prédio reformado e a masseira usadas na fabricação de pães.


Fotos de Juarez Gustavo  A de Alagão
Veja a localização da padaria na antiga foto do presídio








Antigo forno à lenha

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Portão principal-Corpo da Guarda do Presídio

O que ficou em pé: Portão principal do presídio-corpo da guarda vista da parte interna demolida
Ao fundo a avenida principal que corta a Vila de Dois Rios.
Veja a localização do corpo da guarda na antiga foto do presídio


Foto obtida por Juarez Gustavo A de Alagão em 15/11/2010
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Feliz Natal e um próspero ano novo


Deixo os meus agradecimentos, o meu carinho, o meu amor para todos aqueles que prestigiaram o nosso Blog,
 leram os nossos  textos e se deliciaram com as nossas imagens.
Obrigado aos que comentaram, questionaram ou  simplesmente olharam. Enfim deram vida ao nosso Blog.

Que este fim de ano seja venturoso, de muita paz no coração e que em 2011, se Deus quiser, continuaremos a contar a história de nossa querida Dois Rios

Um grande Abraço! 


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Memória do tráfico de escravos na Ilha Grande

Dois Rios na rota do tráfico de escravos

Nenhum ciclo brasileiro consumiu, proporcionalmente, tantos escravos como o ciclo do  ouro levando o pobre negro a uma  vida efêmera, tanto pela falta de alimentos quanto pelo trabalho penoso e insalubre nas minas.
Durante o século XVIII a Ilha Grande, por sua posição geográfica,  tornou-se um local propício para o descarregamento de escravos, destacado-se a Praia das Palmas e do Abraão. Nesta última, em 1721, o navio francês “Jean Baptiste” foi pilhado em flagrante descarregando escravos, tripulação e seu comandante, foram presos, sendo sua carga confiscada e vendida em praça pública no Rio de Janeiro.
Na Ilha Grande, destacou-se como traficante Cunha Guimarães, proprietário da Fazenda de Dois Rios. Wilbeforce, que a visitou em 1831, diz ser ainda uma bonita Fazenda, muito embora já em estado de decadência. Duzentos escravos trabalhavam na lavoura de café, e havia algum gado. Impressionou-lhe a boa qualidade da construção dos ‘baracoons’, senzalas, comentando que por serem tão bem construídos poderiam servir para inúmeros outros fins. Embora, como até hoje,  não houvesse cais para a atracação de embarcações, a situação da Enseada de Dois Rios apresentava todas as condições de desembarque
Escravos embarcando para o fundo do navio


A participação de Cunha Guimarães no montante de escravos, ilicitamente importados pelo Brasil,   é difícil dizer, sabe-se que em 1837, 524 negros são desembarcados na Fazenda de Dois Rios pelo bergatim ‘Recuperador de Angola’ de 170 toneladas. Além desse desembarque,  não há outro registro, muito embora se saiba que várias centenas de africanos foram ali desembarcado, inclusive  na praia do Caxadaço que por ser uma enseada  bem protegida do mar aberto era usada como entreposto comercial e tráfico de escravos.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Praia de Araçatiba-Ilha Grande

Mais uma  uma jóia entre as fantásticas praias da Ilha Grande.  Vale conhecê-la, principalmente durante o Festival de Mexilhões que acontece todos os anos.

Foto de Brunomarks, outras fotos de sua autoria podem ser vistas em  http://www.flickr.com/photos/brunomarks/4559309083/in/set-
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Memória fotográfica

Foto da nossa viagem à Colônia, em 1978.Da esquerda para a direita: Cláudia minha filha, uma coleguinha, Alexandre meu filhos, meus sobrinhos Marcos e Márcio. Ao fundo meu inesquecível primo, Sandor, filho de Cleonice, antiga  funcionária do presídio.
Foto tirada no jardim da casa do Diretor.







quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Caxadaço - Ilha Grande

Posted by PicasaPraia do Caxadaço , pequenina, mas de uma beleza extraordinária. Já serviu de abrigo para navios piratas e traficantes de escravos.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Paisagem da Colônia Dois Rios

Foto tirada do pequeno cemitério da Colõnia de Dois Rios. O local dessa foto foi sugerida por mim ao amigo Juarez de Alagão quando de suas andança pela Ilha Grande. Desse ponto era possível uma vista linda de toda Colônia Dois Rios, mas com o abandono em que se encontra o cemitério,  intensa vegetação  nos  impede de visualizá-la.
Mesmo assim a foto é linda e podemos ver no centro, o morro da antiga capela, as palmeiras imperiais da alameda de chegada à Colõnia. À direita já no final da crista do morro o encontro da Barra Pequena com o mar.


Foto cedida por Juarez Gustavo de Alagão, colaborador de nosso Blog.
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sábado, 27 de novembro de 2010

A caminho do Caxadaço

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Praia de Dois Rios vista da trilha para a praia do Caxadaço. No final da praia à esquerda o encontro da Barra Grande, um dos rios da Colônia, com o mar.




quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Praia da Parnaióca-Ilha Grande

Parnaióca paraíso, abrigado entre as montanhas da Ilha e o mar aberto
Veja sua localização no mapa abaixo.
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sábado, 20 de novembro de 2010

Paisagem de Dois Rios

Posted by PicasaBela foto de Juarez Alagão mostrando o 
  pequeno lago, após a "cachoeira", formada pela  represa

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Provetá – Ilha Grande

POVETA  Ilhagrande.org
   
A Vila de Provetá é uma comunidade evangélica e importante na região, que incentivou uma melhor estrutura trazendo luz, telefone e um colégio de segundo grau que recebe alunos de outras comunidades da ilha.
Provetá é um ponto de passagem para a conhecida e badalada Praia do Aventureiro,a jóia desta parte da  ilha. 

É fácil, mas não estranhe, se encontrar pessoas nadando de roupa. Eles respeitam com muita cordialidade os visitantes e esperam o mesmo deles.


Partindo de Angra dos Reis (local mais proprício para se chegar a Provetá), há barcos que partem do Cais Santa Luzia (principal cais em Angra), com destino à Provetá.
O percurso Angra/Provetá não tem linha marítima afixadas  (como em Abraão), as traineiras de pesca fazem este percurso diariamente e, desembarcam no cais Santa Luzia, regressando à Provetá entre 9 às 14 horas.
 
A travessia entre Angra/ Provetá é, concluída após 2 horas de viagem atravessando toda a bahia da Ilha Grande. Dentre várias e belas atrações nesta viajem, podemos avistar as ilhas: Botinas (cartão postal de Angra dos Reis), dos Porcos ( do cirurgião plástico Ivo Pitanguy), Gipóia (segunda maior ilha de Angra) e dos Meros (em frente a vila de Provetá).

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Família Garcia Demutti - 1953

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Fotografia produzida em 1953, em Dois Rios, vendo-se a senhora Octacília Garcia Demutti, aos 77 anos, apelido de dona Cequi, tendo ao lado o seu neto, Amyrton, com 17 anos, em frente da casa onde residia, juntamente com os filhos Antônio Rozendo Demutti (o maestro) e Mocinha Garcia Demutti (a professora). Dona Cequi também era mãe de Olí Garcia Demutti (casado com a dona Edonée) e Célia Demutti Moura (casada com Ivo Moura, o pai do Polaco). A dona Cequi faleceu em 22/02/1955, uma segunda-feira de Carnaval, cujas festividades no Cassino foram suspensas por ordem do diretor, Joaquim Carlos de Mello,  em respeito à família Garcia Demutti. O seu sepultamento foi no pequeno cemitério da Vila com o comparecimento de  todos os funcionários do presídio, (Colônia Agrícola do Distrito Federal -CADF)


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Memória fotográfica - 1978


Colônia Dois Rios-1978
Posted by PicasaNa foto minha  esposa  Litì e minha filha Cláudia , na praça em frente a casa do Diretor.
Ao fundo à esquerda parte do presídio.

domingo, 7 de novembro de 2010

Com destino a Barra Grande

Posted by Picasa Riacho encachoeirado  que  nasce lá na Mãe D"agua e desce a serra  para formar a Barra Grande, um dos rios da Colônia.
Quando garoto eu capturava muito camarão pitú  que, em grande quantidade, proliferavam nas pequenas poças formadas no riacho.

Foto de Juarez de Alagão - 2010

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Tubulação que acionava a antiga Usina Hidrelétrica.

Posted by PicasaTubulação em ferro fundido que ligava a  represa à turbina da antiga usina que, lamentavelmente,  hoje não mais existe.
Assim como o presídio tudo foi destruído.pela irresponsabilidade de nossos dirigentes.

Foto de Juarez de Alagão nosso amigo e colaborador.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A velha caixa d'agua


Antiga caixa d!agua que abastece a Colônia Dois Rios. A água pura e cristalina, que não precisa de tratamento, é captada da "represa"que impulsionava, também, a turbina da usina hidrelétrica.


Posted by PicasaPlaca existente no local marcando a  inauguração do sistema de captação de água, durante a administração do Dr. D. Bernardes. A foto nos remete ao ano de 1908, mas não conseguimos identificar o nome do administrador.

Fotos do amigo Juarez de Alagão a quem agradecemos.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

COMUNIDADE DOIS RIOS-ILHA GRANDE-PRESÍDIO

Nossa Comunidade   tem como objetivo manter a história da Colônia de Dois Rios, reunindo filhos, descendentes e amigos de antigos funcionários do Presídio. Incluem-se, também, os apaixonados pela Ilha Grande que lutam pela sua preservação e conhecem ou pretendem conhecer a nossa querida Dois Rios.


ENTRE E FAÇA PARTE !   ORKUT

sábado, 30 de outubro de 2010

Família Ramuz

Foto de 1972
Acervo de Maria da Graças Ramuz, filha de Walter Ramuz e Rosalva. Foto tirada na rua onde morava  seus Avós Ramuz.
Ver planta e localização da casa 31 nessa postagem.
Agradecemos a Graça  que gentilmente nos cedeu a foto para publicação.

Primeiro aniversário do nosso Blog

Dia 18 de outubro passado o nosso Blog comemorou o 1º ano de existência. Pouco a pouco fomos  "achando" antigos companheiros de infância vivida na  querida Colônia de Dois Rios e incorporando outros amigos que amam a Ilha Grande e que passaram a conhecer mais a história de nossa  Dois Rios.
Agradecemos a todos os contemporâneos que aparecem na nossa relação inicial que ajudaram a manter viva a nossa história, nos enviando fotos, depoimentos, crônicas, fotos atuais, etc.
Agradeço particularmente ao meu amigo e irmão Oli Demutti Moura O POLACO, pela grande ajuda e participação, sem a qual, dificilmente, o nosso Blog,  conseguiria completar o primeiro ano de vida.
Agradeço também ao meu amigo, que ainda não conheço pessoalmente, JUAREZ DE ALAGÃO que ama a Ilha Grande, principalmente a Colônia e que nos abasteceu de lindas  e importantes fotos.
Veja a primeira publicação de nosso despretensioso Blog, enviada por Sérgio Demutti, amigo e filho de ex-servidor do presídio.






MUITO OBRIGADO A TODOS !

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

1944-1945: Fernando de Noronha à Ilha Grande

1944

Presidente Getúlio Vargas – 1937-1945 – Estado Novo

Ministro da Justiça: Alexandre Marcondes Machado Filho

Em 1944, foi decretado o Código Penal Militar.
Nestor Veríssimo, diretor da Colônia Agrícola do distrito Federal, na enseada de Dois Rios, faleceu em 28/02/1944. Foi substituído, interinamente, pelo capitão Manoel Mostardeiro. O novo diretor, major Heitor Coimbra, só tomaria posse no dia 4 de setembro de 1944.

1945

Presidente Getúlio Vargas – 1937-1945 – Estado Novo

Ministro da Justiça: Agamenon Magalhães

A partir de 1942 fortaleceram-se os grupos políticos que exigiam a redemocratização do país. As forças aliadas da Segunda Guerra Mundial iniciaram a retomada dos territórios ocupados em 1943 e, decididamente, após o desembarque das tropas norte-americanas na Normandia, em junho de 1944, a União Soviética estava ao lado dos aliados, o que certamente influía na quebra da repressão aos comunistas no Brasil.
Apesar da guinada para o lado da liberal democracia, Getúlio Vargas mantinha-se no governo ditatorial com o apoio de políticos importantes.
Em 18 de abril de 1945, foi decretada a anistia aos presos políticos. Os que participaram das manifestações de 1935 e 1938 já vinham sendo liberados desde 1941, uma vez que as penas eram em média de seis anos. E a partir de 1945, os presos políticos foram libertados. Prestes e outros presos políticos foram recebidos com manifestações públicas importantes. As eleições para presidente e governadores, parlamento e assembléias legislativas estavam marcadas para dezembro de 1945. Assim, tanto na Colônia Agrícola do Distrito Federal (Dois Rios) como na Colônia Penal Cândido Mendes (Abraão), o número de presos diminuiu bastante.
Getúlio Vargas foi deposto em 29 de outubro de 1945, por um movimento militar liderado por generais que compunham o próprio ministério, na maioria ex-tenentes da Revolução de 1930, como Góis Monteiro, Cordeiro de Farias, Newton de Andrade Cavalcanti e Ernesto Geisel, entre outros. Getúlio renunciou formalmente ao cargo de presidente da República. Terminara assim, o que Getúlio chamou, na comemoração do dia do trabalho de 1945, de "um curto prazo de 15 anos" durante os quais, segundo ele, o Brasil progredira muito.
O diretor da Colônia Agrícola do Distrito Federal (Dois Rios), major Heitor Coimbra, solicitou exoneração do cargo, imediatamente à deposição de Getúlio Vargas, por ser homem de confiança do presidente. 
* * * * 

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Igreja de São Sebastião, padroeiro do Abraão-Ilha Grande

                A  Igreja de São Sebastião na primeira metade da década de 40

              
Ela fica localizada na praça principal da Vila do Abraão e tem cerca de 150 anos de existência. Foi construída antes da visita de D. Pedro II a Ilha.Durante o império  surgiu a necessidade de se construir um novo lazareto (uma espécie de hospital para imigrantes), em lugar apropriado para abrigar viajantes e imigrantes portadores de cólera , normalmente contraída nos navios
Alguns estudos vinham sendo feitos nesse sentido quando o Imperador Dom Pedro II, no dia 5 de dezembro de 1863, fez sua primeira  à Angra dos Reis. Em seu Diário de Viagem, que se encontra no Museu Imperial de Petrópolis, onde registrou, com desenhos e textos, a sua passagem pela Ilha Grande, não escondendo o seu deslumbramento pela beleza da Ilha. É possível que mais tarde, quando se decidiu o lugar onde deveria ser construido o Lazareto, tenha prevalecido a sua vontade.
Após sua estadia na Enseada das Palmas a frota parou na Enseada do Abraão e sua majestade pernoitou na Fazenda do Holandês. No Abraão, Dom Pedro II deu ao devoto Manoel Caetano de Lima uma esmola para a Capela em construção (a Igreja da praça central) cujo padroeiro é São Sebastião.
Em 1884, a Coroa  adquiriu a Fazenda do Holandês e logo em seguida a de Dois Rios.



 A propriedade da fazenda do Holandês estava compreendida entre a Praia Preta até a atual Pier de Atracação do Abraão. Esta área ainda hoje é depropriedade do Governo Federal.

               A Igreja de São Sebastião é referência histórica e cultural da Ilha Grande. 


A Igreja de São Sebastião, hoje
                                  
  Fotos:
Igreja década de 40, acervo de José Carlos Marcílio, filho de Laert Marcílio Manhães funcionário do presídio -CADF.
Foto recente da Igreja - www. ilhagrande.com

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Exaltação a Dois Rios, crônica de Elane Rangel


EXALTAÇÃO A DOIS RIOS

Crônica de *Elane Rangel
28/09/2010

Existem lugares que para uns nada representam e são de grande relevância para outros. Refiro-me a Dois Rios, um simples e humilde lugarejo encravado no coração da Ilha Grande.

Alguém poderia exclamar em tom interrogativo: “O que há de tão bonito e importante nesse lugarejo para ser tão exaltado? Não vejo nada mais do que mar e montanhas e poucas casas em modestas ruas.” Essa é uma reação quase unânime dos que visitam Dois Rios pela primeira vez. Chegam na esperança de ver o paraíso e o que veem é o retrato da desolação, na triste visão do abandono. Dois Rios, para quem lá viveu em liberdade, é mais profunda do que se possa imaginar. É vista com os olhos da alma daqueles que têm arraigadas em si a magia de seus encantos e que sabem respeitá-la e amá-la como deve ser.

Eu, particularmente, vivi momentos indescritíveis naquela ilha, com fatos que ficaram marcados para sempre na minha lembrança, coisas simples, porém, de indizíveis emoções. Um exemplo foi quando numa dessas noites mágicas daquele lugar, fui ter com meu irmão, Luiz Rangel, na usina elétrica, onde na ocasião ele trabalhava.

Seguia eu pela estradinha que dava acesso à usina, paradoxalmente escura, em cujas margens estendia-se uma densa vegetação de gramíneas entremeadas de pequenos arbustos, em meio a poças e alagados. Subitamente, vi-me diante de um quadro inimaginável. Centenas, talvez milhares de vozes silvestres elevavam-se dali, num coro uníssono, que parecia mais ser divino do que terreno. Eram as vozes estrídulas de uma grande variedade de insetos, répteis, anfíbios, que numa sinfonia enlouquecedora, entoavam o “Canto da Natureza”. Dezenas de vaga-lumes cirandavam no espaço, como se constelações de estrelas bailassem no ar. O ambiente era quase divino. Tudo se harmonizava perfeitamente. Fiquei, por momentos, semi-paralizado, envolvido naquela onda mágica de sons, que extasiavam a minha alma, como se algo sublime demais estivesse acontecendo. Eu não conseguia desabsorver-me daquele quadro, até que ao recobrar totalmente a consciência da realidade, exclamei do interior da minha alma: Quão grande és Tu, Senhor! Quão grande és Tu!  Por isso e muito mais, Dois Rios não tem só belezas, tem encantos!

Dois Rios não é para ser vista; é para ser sentida! Não é para ser visitada; é para ser vivida! Não é para ser discutida; é para ser amada!

* Elane Rangel, amigo de infância e colaborador do nosso Blog.


           Ilustra a crônica uma foto do amigo Juarez de Alagão
  



Resgatando a história - 7

Produzida em 2010, do acervo de Juarez Alagão.
Nesse  sobradinho, inaugurado em 1942, quando o presídio foi transferido de Fernando de Noronha para a praia de Dois Rios, Ilha Grande, funcionou a estação radiotelegráfica e residência do Cyro Manhães. As operações radiotelegráficas, na primeira metade da década de 1940, eram operadas por intermédio do código Morse, um sistema de representação de letras, números e sinais de pontuação com o auxílio de outro sinal codificado, enviado intermitentemente, desenvolvido por Samuel Morse em 1935. Aqui, em 1958, foi instalada a nova escola de Dois Rios. Duas professoras tiveram atuação destacada nesse período, na nova escola: Edonée Esteves Demutti e Elcy Teresinha Couto. Atualmente, esse prédio, como todo o conjunto arquitetônico de Dois Rios, está depredado, o que é uma lástima, causando aos saudosos ex-moradores um sentimento de pena, desde a desativação e implosão do presídio, em 1994, no governo Brizola.




Texto de Oli Demutti Moura, O Polaco, filho de Ivo Moura, antigo servidor do Presídio




NOTAS DO BLOG:


1. O Coronel Nestor Veríssimo, 1º Diretor da Colônia Agrícola do Distrito Federal (CADF-1942), morou nessa casa até o seu falecimento. Não sei o motivo pela não ocupação da casa destinada ao Diretor, levanto duas hipóteses:
 1ª-  a casa não estava ainda em condiçôes de moradia; 2ª - o Coronel queria ficar mais perto dos companheiros de                      Fernando de Noronha.
2-Edonée Esteves Demutti é esposa de Oli Garcia Demutti, antigo funcionário do presídio.
3-Elcy Teresinha Couto é filha de Januário Couto e 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Resgatando a história - 6



Posted by PicasaFoto , produzida em 2010, do acervo de Gabriella Bernardi.
Antigo Grupo Escolar João Pessoa. Nessas instalações funcionou a escola da vila de Dois Rios, somente com as cinco séries do Curso Primário, de 1942 até 1958, quando foi transferido para um sobradinho, com melhores acomodações. Concluído o ensino primário, após submeterem-se ao Exame de Admissão, os alunos só dispunham de uma opção mais próxima, que era o curso ginasial, em Angra dos Reis, no Ginásio Angrense, sob a direção do professor Jair Travassos. O que no passado era chamado de primário (cinco anos) e ginasial (três anos), hoje, tem o nome oficial de Ensino Fundamental. O curso Científico (ou Clássico), atual Ensino Médio, de três anos, em seguida do ginásio, representava a formação que antecedia a entrada na faculdade, só era ministrado no Rio de Janeiro. Uma das mais antigas professoras  a lecionar no Grupo Escolar João Pessoa foi Octacília Garcia Demutti, conhecida como Mocinha, uma gauchita de Dom Pedrito-RS - (1920-2009), que não tinha a menor compaixão ao colocar os alunos de castigo, ajoelhados, quando não conseguiam guardar na memória a tabuada de sete, como exemplo. Até porque, na ocasião, o que prevalecia era a “decoreba”, a desastrosa ação de decorar dados para prestar exames escolares, mas sem a preocupação de entendê-los. A senhora Yeda, esposa do Vieirinha e irmã do Aymoré, da mesma forma, lecionou nessa pequena escola, em que não havia separação física das turmas, onde todos, independente das séries, estudavam no mesmo ambiente.


Texto do meu amigo e contemporâneo Oli Demutti Moura, O Polaco



NOTA DO BLOGUEIRO



Apenas para ilustrar:
Também estudei no Grupo Escolar João Pessoa com a saudosa Mestra Dona Mocinho que me preparou para o exame de admissão.
A foto ao lado é de 1949, após o desfile de 7 de setembro, pelas ruas até então tranquilas de Angra dos Reis,.onde aparecem alguns alunos do nosso querido Ginasio Angrense, inclusive o Blogueiro Antonio (Toinho),

    

Resgatando a história - 5

Posted by PicasaImagem fotográfica, de outro ângulo, registrando a festa de 7 de Setembro de 1945, Dois Rios, Ilha Grande. O primeiro da esquerda, saboreando uma gostosa costela, de terno e gravata listrada, é o major Heitor Coimbra, que foi um competente administrador da Colônia Agrícola do Distrito Federal, entre setembro de 1944 e outubro de 1945, quando Getúlio Vargas foi deposto. Ao fundo, no centro da foto, observa-se a casa do senhor Milton Pereira de Souza, chefe do almoxarifado, casado com a senhora Marcolina, pais do Toinho, Tatá, Marcelo e Miltinho. Ressaltem-se, mais uma vez, a elegância e o refinamento do modo de vestir-se, não só das senhoras, como também dos funcionários. A maior parte era formada por servidores que participaram daquilo que foi a epopeia da transferência de Noronha e a fixação na Ilha Grande, com sucessões de eventos extraordinários, ações gloriosas, feitos memoráveis de uma sociedade humilde, porém evoluída, composta por uma população heterogênea de gaúchos e nordestinos, tão distantes das suas raízes. Nesse conjunto de habitantes, destacavam-se os habilidosos caipiras, os nativos da ilha, com artesanatos e pratos típicos.

Texto de Oli Demutti Moura (Polaco), filho de Ivo Moura antigo funcionário do Presídio.
Ivo Moura assim como o meu  pai Milton Pereira, faziam parte  do grupo de servidores que nos idos de 1942 foram transferidos de  Fernando de Noronha para a Ilha Grande numa  fantástica viagem de navio que um dia publicarei aqui no BLOG. 




A foto acima estampada, gentilmente cedida, pertence ao acervo familiar da senhora Irma Coimbra Meneghello, filha do major Heitor Coimbra.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Resgatando a história - 3

Posted by PicasaDesfile dos alunos do Grupo Escolar João Pessoa, na enseada de Dois Rios, em comemoração ao dia 7 de Setembro de 1945. Os alunos eram treinados por um sargento do destacamento da Polícia Militar. O desfile era feito na principal avenida da vila de Dois Rios, sempre no sentido grupo escolar x presídio x grupo escolar, onde eram encerradas as festividades.

Texto de Oli Demutti Moura , companheiro e colaborador do nosso Blog.,

Foto do Acervo de família de*Irma Coimbra Meneghello
* Irma é filha do Major Heitor Coimbra, segundo Diretor da Colônia Agrícola do Distrito Federal










quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Resgatando a história - 2

Posted by PicasaComemoração de 7 de Setembro de 1945, no presídio de Dois Rios. Nessa fotografia, após a solenidade, funcionários e familiares aparecem caminhando no sentido do presídio, ao fundo, para o Grupo Escolar João Pessoa. Da esquerda para a direita: 1- João Goulart Coimbra (filho do major Heitor Coimbra); 2- Moacyr de Almeida (o delegado que tinha apelido de Amigo da Onça); 3- Ivo Moura (de terno e chapéu escuro, pai do Polaco); 4- Célia Demutti Moura (a mãe do Polaco); 5- senhora Olga (de vestido preto, esposa do major Heitor Coimbra); 6- senhora Marília (irmã da senhora Olga e do senhor Octávio Macedo Rangel); 7- Marcelino (o português sapateiro), nosso querido companheiro de infância; 8- Edonée Cardoso Esteves (futura esposa de Olí Garcia Demutti e filha do senhor Sérgio Augusto Esteves); 9- senhor Sérgio Augusto Esteves (de terno branco e sapatos de duas cores). Naquela época, os funcionários e familiares trajavam as melhores roupas, quando participavam de eventos oficiais ou sociais.  

Texto de Oli Demutti Moura (Polaco), filho de Ivo  Moura, funcionário administrativo do presídio e Célia Demutti Moura.
Agradecemos ao amigo Polaco pela colaboração.


Agradecemos a Irma Coimbra Meneghello, filha do Ex-Diretor Major Heitor Coimbra, por nos ceder para publicação a histórica foto.