quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Carlos Marighela


CARLOS MARIGHELLA NA ILHA GRANDE




Carlos Marighella foi um político brasileiro, foi o principal organizador da luta armada contra o governo militar a partir de 1964. Um dos sete filhos de Augusto Marighella, imigrante italiano da região de Emília, terra de destacados líderes italianos, e da baiana Maria Rita do Nascimento, negra e filha de escravos africanos trazidos do Sudão, nasceu na capital baiana, em 5 de dezembro de 1911, onde concluiu o curso primário e secundário. Em 1934 abandonou o curso de engenharia Cível da Escola Politécnica da Bahia par ingressar no Partido Comunista do Brasil (PCB). Torna-se, então, militante profissional do partido e se muda para o Rio de Janeiro.

Conheceu a prisão pela primeira vez em 1932, após escrever um poema contendo críticas ao interventor da Bahia, Juracy Magalhães. Libertado, prosseguiria na militância política, interrompendo os estudos universitários no terceiro ano, em 1932, quando se deslocou para o Rio de Janeiro.

Em 1º de maio e 1936, durante a ditadura na Era Vargas, foi preso por subversão e torturado pela polícia de Filinto Müller. Permaneceu encarcerado por um ano. Ao sair da prisão entra para a clandestinidade. Outra vez preso e torturado, fica detido até 1937, quando obteve um habeas corpus. Julgado pelo Tribunal de Segurança Nacional em agosto de 1937, foi condenado. Em outubro de 1939 foi confinado em Fernando de Noronha. No dia 19 de março de 1942 foi transferido para a Colônia Agrícola do Distrito Federal, na enseada de Dois Rios, no presídio da Ilha Grande, até ser anistiado, em 17 de abril de 1945, beneficiado pelo processo de redemocratização do país. Tanto em Noronha quanto na Ilha Grande, Marighella esteve preso ao lado de Gregório Bezerra e Agildo Barata.   

Elegeu-se deputado federal constituinte pelo PCB baiano em 1946, mas perde o mandato em 1948, em virtude da nova proscrição do partido. Volta para a clandestinidade e ocupa diversos cargos na direção partidária. Convidado pelo Comitê Central passou os anos de 1953 e 1954 na China, a fim de conhecer de perto a recente revolução chinesa. Em maio de 1964, após o golpe militar, é baleado e preso por agentes do DOPS dentro de um cinema, no Rio. Libertado em 1965 por decisão judicial, no ano seguinte opta pela luta armada. Em dezembro de 1966 renuncia à Comissão Executiva Nacional do PCB. Em agosto de 1967 participa da I Conferência da Organização Latino-americana de Sociedade (OLAS). É expulso do partido em 1967 e em fevereiro de 1968 funda o grupo armado Ação Libertadora Nacional (ALN). Em setembro de 1968, a ALN participa do seqüestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick.

Com o recrudescimento do regime militar, os órgãos de repressão concentram esforços na captura de Marighella. Na noite de 4 de novembro de 1969, antes de completar 58 anos, foi surpreendido por uma emboscada na Alameda Casa Branca, na capital paulista. Ele foi morto a tiros por agentes do DOPS, em uma ação coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury.

Em 1996, O Ministério da Justiça reconheceu a responsabilidade do Estado pela morte de Marighella. Em 7 de março de 2008 foi decidido que a sua companheira Clara Charf deveria receber pensão vitalícia do governo brasileiro. 

Texto de  Oli Demutti Moura, o Polaco, filho de Ivo Moura, antigo funcionário da 
Colônia Agrícola do Distrito Federal (CADF)



 

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