1884
Segundo Reinado – Dom Pedro II – 1841-1889 – Dos 15 aos 63 anos.
No ano de 1884, o Lazareto na enseada do Abraão, Ilha Grande, foi construído para controle de epidemias que poderiam se propagar com a chegada de navios nos portos brasileiros. Seus edifícios afastados do continente possibilitavam a vigilância continua dos internos, que eram submetidos a um regime hierarquizado de isolamento. O Lazareto apresentava condições favoráveis ao exercício da vigilância. Uma vez que os quarentenados poderiam ser internados contra a vontade, era preciso que as instalações contassem com meios para impedir a fuga.
Em 1942, as edificações do Lazareto foram recuperadas para abrigar a Colônia Penal Cândido Mendes. O Lazareto foi transformado, gradativamente, de uma estação de quarentena em colônia penal. Foi uma das mais dispendiosas obras do Império. Para construir o Lazareto, o governo imperial adquiriu a Fazenda do Holandês e, logo em seguida, a de Dois Rios. As duas fazendas ocupavam uma grande área: a do Abraão media dez mil metros, estendendo-se da ponta do Galego até o porto da Alfândega, atual ponte de atracação. A de Dois Rios tinha 13.629 metros e estendia-se do canto de Santo Antonio, em Lopes Mendes, até o Mar Virado, na pedra do Atanásio, perto da Parnaióca. O Lazareto tinha capacidade de atender 1.500 quarentenados, dispostos em pavilhões de primeira, segunda e terceira classe. Na Fazenda do Holandês, situada na praia do Abraão, foram instaladas as principais edificações. A Fazenda de Dois Rios foi utilizada para abastecimento de víveres e criação de gado. As obras do Lazareto ficaram prontas em fevereiro de 1886. Entre os primeiros diretores, há registros das atuações de Abdon Felinto Milany (1886), Luís Manuel Pinto Netto (1887), Joaquim José Torres Cotrim (1888) e Lopes da Cruz (1901). A primeira quarentena realizada no Lazareto foi a do navio alemão Bahia, em 1886. A razão era o controle da cólera.
Lazareto que virou Instituto Penal Cândido Mendes-Abraão |
Utilizado em diversos períodos como presídio militar, o complexo foi completamente desativado em 1962. Todo o complexo que abrigava o Lazareto da Ilha Grande, depois Colônia Penal Cândido Mendes (CPCM), foi destruído por implosão em 1962, por ordem do então governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda. Junto com as instalações da penitenciária, cujas ruínas podem ser observadas até os dias de hoje, foram destruídos os principais marcos da antiga Fazenda do Holandês. A lembrança do passado ainda está presente entre moradores da região. Segundo algum deles, o Lazareto da Ilha Grande funcionou até 1935, como local de quarentena. Lembram-se de ter trabalhado lá quando eram crianças. Fazem parte da história da Ilha Grande as embarcações que chegavam ao Abraão e à Praia Preta, os muros altos, as locomotivas a carvão que circulavam entre o cais e o interior dos armazéns, a lavanderia, a farmácia, as enfermarias, assim como as estufas utilizadas para desinfetar roupas e materiais contaminados.
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