Para quem conheceu a casa das visitas veja o estado em que se encontra hoje.
Este é um blog despretensioso onde quero registrar, entre outras, o meu amor pela Colônia de Dois Rios. Sou filho de antigo funcionário do Presídio que deseja manter viva a história de Dois Rios, desde quando era uma fazenda de café até a instalação de presídios. Quero mostrar como vivia a comunidade formada por funcionários e seus familiares, postando imagens antigas, depoimentos, documentos e mostrando a situação da Colônia, hoje.
sábado, 30 de abril de 2011
terça-feira, 26 de abril de 2011
Família *Péricles Moreira da Silva
Foto de 1947 tirada na frente da *casa de Syro Manhães, telegrafista do presídio. Nela aparece Jadir, Aída e Marina, filhos de **Péricles Moreira da Silva e Maria Daguia Vieira da Silva Notas: *Ver a referida casa na década de 50 **Péricles Moreira da Silva, funcionário do antigo presídio, onde chegou a exercer a função de Chefe da Segurança. |
sábado, 23 de abril de 2011
sexta-feira, 22 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Lembrando a família Sanhaço.
SANHAÇO
Verificando as fotos obtidas por Juarez Alagão me deparei com uma lápide da Família Sanhaço e logo me surgiu na memória a figura do Sr.Sanhaço, um antigo funcionário do presídio (CADF-Colônia Agrícola do Distrito Federal) e que já estava lá antes de nossa chegada de Fernando de Noronha-1942.
Quando menino pensava eu que sanhaço fosse um apelido, fazendo comparação com um passarinho existente com esse nome e nunca como um nome de família.
Lápide do túmulo da família Sanhaço |
O gosto pela pescaria e o hábito de tomar uma pinguinha resultou em uma tragédia para a família Sanhaço. Em um determinado dia saiu o Sr. Sanhaço para uma pescaria, a noite, na ponta do Exótoico, uma ponta de laje que avançava pelo mar a dentro, muito perigosa quando do mar revolto. No dia seguinte pela manhã na da do Sr. Sanhaço voltar, deixando o pessoal bastante preocupado e apreensivo. A tardinha alguns colegas resolveram ir até ao referido pesqueiro e lá chegando encontraram apenas os apetrechos de pesca do Sanhaço deduzindo-se que algo de mais grave havia ocorrido, fato mais tarde confirmado com o aparecimento do corpo, boiando na praia, enrolado na linha de pesca.
Isso ocorreu, por volta de 1948 e ficou gravado na minha mente de adolescente.
Isso ocorreu, por volta de 1948 e ficou gravado na minha mente de adolescente.
Fica aqui o registro de uma figura simples, pai de uma prole numerosa, entre eles, Jorge,Sanhaço seu filho mais velho e meu colega de infância.
Antonio Pereira de Souza Neto.
Foto de Juarez de Alagão mostrando o túmulo da família Sanhaço no pequeno cemitério da Colônia, hoje completamente abandonado, sem manutenção, num estado de total degradação
Antonio Pereira de Souza Neto.
Foto de Juarez de Alagão mostrando o túmulo da família Sanhaço no pequeno cemitério da Colônia, hoje completamente abandonado, sem manutenção, num estado de total degradação
sábado, 9 de abril de 2011
Ambientes Opostos
Crônica
*Elane Rangel
Quem viveu em Dois Rios, na Ilha Grande, pelo menos, da segunda metade da década de quarenta até a consolidação total do regime militar no Brasil, por volta de mil novecentos e setenta, pôde constatar dois ambientes diferentes, sendo vividos no mesmo lugar e ao mesmo tempo.
Se por um lado, na parte externa do presídio, reservada ao funcionalismo e à comunidade em geral, a vila, propriamente dita, havia descontração e até certo ponto, uma sensação de felicidade em seus habitantes; já do lado oposto, por trás dos muros do cárcere, não poderíamos dizer a mesma coisa, pois lá pairava tristeza e desolação.
E assim fluía a vida na Colônia Penal de Dois Rios.
Vista do Presídio Cândido Mendes |
Com o regime político autoritário que se instalara no país, acirraram-se mais os ânimos entre a guarda e o internos do presídio que,angustiados pela sensação de insegurança que havia, temiam pelo que lhes pudesse acontecer dali por diante; se cumpririam ,normalmente, as penas que já lhes haviam sido impostas, ou ,se medidas mais drásticas ainda poderiam recair sobre eles.
Esse estado de ânimo era mais comum entre os presos políticos.
Ainda no período revolucionário, um dos principais chefes do tráfico de drogas no Rio de Janeiro, José Carlos dos Reis Encina, o popular “escadinha” que se encontrava preso em Dois Rios , conseguiu evadir-se, numa fuga espetacular, com o auxílio de um helicóptero num ação rápida e bem urdida
Todavia, antes deste período revolucionário, de triste lembrança para todos nós, a vida em Dois Rios era pacata e tranqüila, fluía num ambiente calmo e fraterno, as pessoas demonstravam felicidade e viviam sem queixas.
Até mesmo o lado carcerário, era relativamente calmo. Os presos cumpriam suas penas sem perturbarem a ordem externa. Porém, como em todo o presídio, vez em quando, surgiam graves conflitos entre eles, chegando,por vezes, a cometerem bárbaros crimes contra desafetos.
Mas... vida de cadeia é mesmo assim!
* Elane Rangel é filho de Octávio Rangel filho de antigo funcionário do presído de Dois Rios.
* Elane Rangel é filho de Octávio Rangel filho de antigo funcionário do presído de Dois Rios.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Memória fotográfica-1959
Foto de 1959 tirada num parquinho que existia em frente a casa do diretor do presídio que aparece ao fundo.. Da esquerda para a direita:o meu primo Eduardinho (filho de Nestor Gitirana e Giselda). meu irmão Tatinha (filho de Milton Souza e Marcolina) e Polaco (filho de Ivo Moura e Célia)) meu irmão de fé, hoje, colaborador do nosso Blog. À frente com dois anos, Celinha filha de Lupércio de Albuquerque e Zeli (irmã do Polaco).
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Presídio Cândido Mendes, na Ilha Grande.
Crônica
* Elane Rangel.
Como em todo e qualquer presídio, impera sempre a lei do mais forte, do mais valente, e porque não dizer também, do mais cruel e covarde.
E no presídio Cândido Mendes, na Ilha Grande, não foi diferente. Durante mais de meio século repetiram-se da mesma forma, as mesmas atrocidades cometidas em outras casas de detenção, ao redor do mundo.
Houve como sempre houve nos presídios do mundo inteiro: motins, fugas, ameaças de revolta, e perturbação da ordem interna, como queima de colchões, camas e roupas de cama, na tentativa de intimidar as autoridades responsáveis pelos estabelecimentos penais.
Em Dois Rios, na Ilha Grande, também foi assim. Houve algumas tentativas de intimidação, por parte dos internos, com ameaças de fugas, motins e também a execução sumária de colegas de infortúnio, por não se mostrarem adeptos às suas ideias e planos macabros. Numa tentativa de afirmação, querendo mostrar assim, a seriedade de suas intenções.
Presídio Cândido Mendes-Dois Rios-lha Grande |
Em mil novecentos e sessenta e dois, vazou um boato de que havia um plano de revolta no presídio, no qual, os presos tramavam uma fuga em massa, na hora do rancho, em que sequestrariam e matariam funcionários e seus familiares, e que apenas duas famílias seriam poupadas: a do Sr. Rangel e da dona Cleonice (1), uma outra funcionária, que exercia a função de professora e nas horas vagas, de catequista dos internos, muito querida pela classe carcerária. Felizmente, isso nunca aconteceu.
Durante todo esse tempo em que o presídio Cândido Mendes esteve na Ilha Grande, que tenha sido do meu conhecimento, houve apenas um caso de homicídio cometido por um preso contra um funcionário do presídio. Trata-se do guarda de presídio José Honório, assassinado a tiros, com sua própria arma, por um interno componente da sua turma de trabalho.
Os crimes aconteciam internamente, entre eles próprios, os presidiários, que, de tempos em tempos, os cometiam, sacrificando a vida de seus desafetos.
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