sábado, 18 de junho de 2011

Agildo Barata-Biografia de um revolucionário.

 Agildo da Gama Barata Ribeiro nasceu em 1905, no Rio de Janeiro. Exerceu atividades militares até 1930. Naquele ano, foi designado para servir na cidade da Paraíba, hoje João Pessoa, e aí teve participação destacada na deflagração da Revolução de 1930. Após a vitória do movimento, passou a exercer a função de secretário de Juarez Távora, que foi designado delegado militar do Governo Provisório na região Norte-Nordeste. Não demorou, contudo, a demitir-se por considerar que a atuação de seu chefe se tornara inoperante.
Decepcionado com os rumos do governo Vargas, denunciou a inspiração fascista das legiões revolucionárias incentivadas por membros do governo e passou a se articular com elementos da oposição. Comprometeu-se com a Revolução Constitucionalista deflagrada em julho de 1932 em São Paulo contra o governo federal, mas foi preso imediatamente após o início do levante e permaneceu na cadeia até o fim do movimento, em outubro do mesmo ano. Em seguida foi enviado para o exílio em Portugal, onde viveu até o fim de 1933. Em Lisboa, fez leituras e estudos que o aproximaram do socialismo.
Capitão Agildo Barata Ribeiro
De volta ao Brasil, fixou-se no Rio de Janeiro como comerciante e passou a manter contatos com elementos do Partido Comunista (PCB), ao qual viria a se filiar. De volta ao Exército, foi designado para servir no município de São Leopoldo (RS). Dedicou-se então à organização da Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente de esquerda que reunia comunistas, socialistas e outros setores na luta contra o integralismo e o fascismo. Seu envolvimento com a ANL acabou valendo-lhe prisão e transferência para o Rio de Janeiro.
Cumpria sua pena no 3º RI, na Praia Vermelha, quando foram deflagrados em Natal e Recife levantes armados liderados por setores da ANL. Sob as ordens de Luís Carlos Prestes, unidades da capital federal também se jogaram na insurreição. Coube a Agildo Barata o comando do movimento no 3º RI. O levante foi facilmente dominado pelas forças fiéis ao governo. Agildo foi condenado pela Lei de Segurança Nacional a dez anos de prisão, que foram efetivamente cumpridos, e perdeu sua patente do Exército. Foram dois anos na Frei Caneca, quatro em Fernando de Noronha, totalmente incomuncável, e quatro na Ilha Grande. Foi solto em 1945.
Em janeiro de 1947, elegeu-se vereador no Rio de Janeiro. No entanto, seu mandato foi cassado em 1948, junto com o de todos os parlamentares comunistas.
Em 1956 a decepção foi com o regime soviético, após a divulgação do relatório de Nikita Kruschev, que denunciava os crimes de Stalin. Passou a defender uma radical democratização das estruturas partidárias. No ano seguinte resolveu deixar o PCB. Morreu em 1968, no Rio.


NOTA DO BLOGUEIRO:


    Em 1942 chegarmos à Colônia Dois Rios vindo de Fernando de Noronha e  já encontramos vários presos políticos, entre eles Agildo Barata, que chegou em 1941 e ficou preso  até 18 de abril de 1945, quando  Getúlio Vargas assinou o decreto de anistia, colocando em liberdade 565 presos políticos.
    Lembro-me do convívio  amistoso e respeitoso entre os presos políticos e as famílias dos funcionários .Frequentemente eles organizavam festa no Cassino, São João, Carnaval, Natal, quando muitas das vezes recebiam visitas de seus familiares.
Numa dessas visitas, lembro-me de  Maria Barata Ribeiro, esposa de Agildo Barata, junto com o seu filho Agildo Ribeiro (Agildinho, era assim que o chamavam), hoje consagrado humorista de nossa televisão. Agildo Ribeiro que nessa época, salvo engano, era interno no Colégio Militar, direito lhe assegurado por ser filho de militar.





v Dois rios
Colônia Dois Rios na época de Agildo Barata


Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE SEU COMENTÁRIO